O básico

Em tempo de campanha política, é bem comum ouvir de quem deseja comandar municípios, estados e a nação que o trato com as finanças públicas se assemelha ao que qualquer dona de casa faz. A analogia é a de que, assim como o orçamento doméstico depende de uma economia aqui e ali para fechar as contas no fim do mês, são necessários alguns cortes para que o essencial seja mantido também no setor público. Nada de errado com isso, toda dona de casa sabe.
Porém, o significado do que é “básico” e do que é “essencial” parece estar um tanto confuso para alguns governantes e suas equipes. É como se, para manter as contas no azul, ninguém mais na casa tivesse almoço ou pudesse tomar banho. Para exemplificar isso, poderíamos citar o desmonte das nossas polícias, que têm reduzidos quadros para garantir patrulhamento na cidade, campo e rodovias. Mas isso já foi alvo de editoriais recentes. Também poderíamos falar da situação dos hospitais do Rio Grande do Sul, muitos de portas fechadas por falta de recursos ou encerrando serviços, como ocorre no Hospital Montenegro. Mas isso também já foi comentado nesse espaço.
Hoje, infelizmente, é necessário falar das dificuldades na educação. Saber que, para economizar, a prefeitura de Montenegro fechou a pré-escola na Bello Faustino dos Santos, da localidade de Fortaleza, interior do município, é confirmar que educação está longe de ser uma prioridade. Instituições estaduais de educação espalhadas pelo Estado também tiveram o mesmo tratamento no decorrer do ano.
Já o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que haverá redução de recursos do Sistema S – de entidades como Sesc, Senac, Sesi e Sebrae, entre outros -, o que impactará diretamente as escolas formadoras de trabalhadores mantidas pelas instituíções. É caro manter uma escola? Sem dúvida. O que ninguém parece interessado em calcular é o custo da ignorância.

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