O acesso à cultura, ao conhecimento e à informação é um direito fundamental de qualquer estudante. Para garantir que esse direito seja exercido de maneira plena, a escola precisa ser um ambiente estimulante, onde o aluno possa desenvolver suas habilidades cognitivas, sociais e emocionais. Se, por um lado, o engajamento de professores, alunos e da comunidade fazem a diferença no processo, por outro, a falta do poder público, muitas vezes, deixa à deriva estudantes que poderiam explorar a fundo o mundo do conhecimento. Grandes exemplos são mostrados nesta edição. A Feira Histórica, nas escolas municipais Cinco de Maio e Pedro João Muller, por iniciativa de um professor, incentiva os estudantes a explorarem de forma proativa os acontecimentos do passado. Também nesta linha, a trilha da escola do bairro São Paulo fomenta a preservação ambiental e o protagonismo dos alunos.
Mesmo caso foi destaque na edição digital do Ibiá dessa quarta-feira, com a Expotec, protagonizada por estudantes-pesquisadores da Escola São João Batista. Contudo, a realidade enfrentada por muitas escolas estaduais em Montenegro, evidencia uma grande dificuldade: a falta de recursos para manter as bibliotecas em funcionamento e garantir o livre acesso aos acervos. O problema é amplo. Desde questões estruturais até a falta de profissionais para manter o espaço aberto. Mais uma vez, nesses casos, a solução vem de dentro: no AJ Renner, por exemplo, após mobilização de funcionários, a biblioteca foi reaberta de forma comunitária. Mas ainda carece de um servidor exclusivo para o setor.
A ausência de bibliotecas em funcionamento não é apenas uma perda de infraestrutura; é uma perda de oportunidades de aprendizado para os alunos. Sem o auxílio de profissionais especializados, como bibliotecários, o espaço que deveria ser um centro de desenvolvimento intelectual se torna um ambiente subutilizado e ineficiente. Em tempos de avanços tecnológicos e de uma sociedade cada vez mais digitalizada, as bibliotecas escolares também desempenham um papel crucial na mediação do acesso às novas tecnologias e ao conhecimento online. É urgente que o Estado invista de forma mais efetiva nestes espaços, que devem contar com orçamento suficiente para garantir sua missão de transformar vidas e formar cidadãos plenos.