Nosso jeito de fazer festa

Ao redor do mundo e através dos séculos um povo se caracteriza por diversos ícones culturais e intelectuais. Sabemos quem é quem pela língua e pela bandeira, é claro; sendo que aspectos físicos circulam entre a confusão e o racismo de estereótipos. No fim são os aspectos culturais, folclore, dança, música, vestimenta, mitologia, lendas, que carregam a identidade de um povo. Cria-se assim uma ligação emotiva com aquilo que é popular, creditando lhe valor de tesouro indissociável.

Também por isso o povo é apegado as suas festas populares, ultrapassando o lazer, o divertimento. Essa edição do Ibiá traz reportagens que ilustram essa relação das comunidades com seus arquétipos. Brochier uniu sua gente em torno do Re-kerb, uma tradição que remonta aos imigrantes alemães, que mistura em equilíbrio perfeito celebração e religião. As pessoas brincam e brindam enquanto reconhecem uma semelhança ancestral que explica estarem naquela sociedade.

Da mesma forma o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) recorda as raízes do povo riograndense, outrora guerreiro da cavalaria, mas, sobretudo, um trabalhador do campo que contribui aos alicerces do Brasil. Dentro deste mesmo país o povo deste estado se orgulha das histórias, e algumas bravatas, de seu folclore e de sua arte, resgatados do passado para servirem de identidade no presente.

Em tempo, assinale-se que dentro de espectro festivo estão as Festas Juninas, sobretudo honrando seu padroeiro São Pedro. Em Montenegro o homenageado é o protetor São João Batista, que, para alegria dos montenegrinos, seja talvez o Santo mais lembrado, ao ponto de praticamente resumir o período à Festa de São João.

Mas não podemos dissociar essa festa da cultura dos irmãos do Norte e do Nordeste, ainda mais quando produzem os maiores arraiais do Brasil. Também aquela região se orgulha de seu São João, do Maracatu, do Cordel e do Carnaval. Não por acaso o São João em Montenegro sempre trouxe artistas daquelas regiões para brincar no Vale do Caí. Alceu Valença, um dos maiores do São João nordestino, é o convidado deste ano, dividindo o palco com Douglas Alves e antecipando a chegada de Timbre Gaúcho e banda Modello.
Esse encontro cardeal de Sul a Norte sintetiza o valor das festas populares. Assim se valoriza o povo, seu jeito de ser e suas manifestações com verossimilhanças.

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