No fundo da panela

Cada vez mais nós escutamos falar em fome. Ou de “insegurança alimentar”, termo que, além de dar um ar menos horrendo ao tema doloroso também serve para ampliar o alcance. A expressão insegurança alimentar abrange aquelas famílias que não se incluem em situação de desnutrição grave, pela falta de qualquer alimento por determinado período, mas não têm a certeza da alimentação adequada. Começam o dia sem saber se terão almoço ou jantar. Ou seja, o acesso ao alimento é escasso, irregular e longe dos padrões de saúde nutricional básicos.

Infelizmente, nós vemos o cenário de fome e miséria se agravando no Brasil nos últimos anos, num processo que foi acelerado com a crise econômica causada pela pandemia de Covid-19. Pessoas que já passavam por necessidade antes, estão sem nada nos armários e geladeiras. E em alguns casos, famílias que antes ofertavam alimentos, agora recorrem às doações para ter o que comer. Na edição do último final de semana o Ibiá retratou a situação sob o ponto de vista de uma cidadã, que representa tantos outros, que precisava desesperadamente de uma cesta básica. Aquela montenegrina recebeu ajuda, não apenas da cesta municipal – o que ela pedia – mas também de várias pessoas que se ofereceram para lhe auxiliar.

O tamanho das dificuldades fez, nesta semana, a administração municipal anunciar um banco de alimentos, que será mantido com doações da comunidade. O objetivo é, sem dúvida, atender pessoas que não se encaixam nos critérios para receber a cesta básica da prefeitura – famílias com renda per capita de até um quarto de um salário mínimo (R$ 275,00) – mas que, ainda assim, precisam da doação de alimentos. Não há dúvidas de que haverá fila para acessar a este novo benefício, especialmente após a revisão na entrega da cesta municipal, que reduziu o número de cestas entregues. Sim, é possível que uma parte da distribuição no governo anterior fosse indevida, que houvesse um descontrole na entrega, mas, o fato é que há pessoas que, mesmo sem atingir os parâmetros exigidos, precisam de doação para ter o que comer. Por isto, a criação do banco é importante. Assim como, no caso das doações serem insuficientes, será fundamental que a própria prefeitura contribua com a aquisição de alimentos.

Se você tem condições de contribuir, vale destacar aqui, doações podem ser encaminhadas para a rua Apolinário de Moraes, 1705, nos fundos do Hospital Montenegro. O telefone de contato é o 3632 3715. Mas lembre: os alimentos doados devem estar dentro do prazo de validade e em bom estado para o consumo. Vamos todos exercitar a solidariedade.

Últimas Notícias

Destaques