Não fique doente

Talvez tenha chegado a hora de a população voltar a apostar em remédios caseiros e buscar curandeiros ou benzedeiros para curar suas doenças. Pode soar radical, mas parece uma opção em meio à crise que está se instalando na área da Saúde.
Referência para 14 municípios da região e operando de forma 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, com recursos federais, estaduais e municipais, o Hospital Montenegro (HM) está há mais de uma semana com seus atendimentos eletivos suspensos por falta de recursos. Apesar da mobilização das Prefeituras da região e da direção da casa de saúde, o governo estadual não soube precisar quando os depósitos dos valores devidos serão efetuados.
Assim, as secretarias municipais de Saúde precisarão seguir remanejando pacientes para cidades mais distantes para não deixar a população desassistida. Mas isso também pode ficar complicado, já que outros hospitais estão tomando a mesma atitude do HM de priorizar os atendimentos de emergência, UTI e partos e suspender consultas, exames e procedimentos eletivos. Só em Canoas, por exemplo, há restrição no atendimento nos três hospitais da cidade.
Com essa crise nas casas de saúde, uma alternativa é apostar nos médicos disponibilizados pelos próprios municípios. Porém, surge aí outro problema: Cuba anunciou que irá se retirar do programa federal Mais Médicos. A medida é uma reação às modificações propostas pelo futuro presidente Jair Bolsonaro e afetará milhares de cidades do Brasil. Só na área de cobertura do Ibiá, três dos cinco municípios contam com ao menos um profissional cubano. Isso sem falar em São Sebastião do Caí e Salvador do Sul.
O Ministério da Saúde já anunciou que promoverá edital chamando novos médicos para substituir os mais de oito mil profissionais cubanos, mas – como tendem a ser as coisas no Brasil – isso pode demorar até se concretizar. A estimativa é de que até o Natal os médicos cubanos retornem para sua pátria. No entanto, fica o aviso ao leitor: não fique doente.

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