Não é hora de brincar

Fica difícil levar a Política a sério quando nem mesmo aqueles que a exercem tratam sua missão com zelo. Na segunda-feira, dia 1º de abril, o vereador Felipe Camozzato (Novo), de Porto Alegre, quis ser engraçadinho e brincar com a fama que a data tem de ser o “Dia da Mentira”. Ele postou uma foto em suas redes sociais propondo a “privatização total” da Câmara da capital gaúcha.
Nos comentários, sua excelência detalhou a proposta: “Vai ter McDonald’s no plenário e o auditório vai virar uma loja conceito da Renner ou da Zara. Vamos trocar os vereadores por robôs da Apple e a GE vai assumir a iluminação e ar condicionado. Sessões plenárias serão substituídas por espetáculos do Cirque du Soleil e colocaremos o Park Tupã na área do estacionamento.”
Obviamente, o vereador não pretendia enganar ninguém, pois deixou claro na postagem que se tratava de uma brincadeira. Alguns internautas curtiram, mas… adivinhem, houve quem levasse a ideia a sério. Não faltaram aqueles que, considerando a produtividade e os custos do Legislativo, apoiaram a proposta, sugerindo que a tal “privatização” seria mais benéfica à cidade que a manutenção da Câmara.
Num momento em que, pela falta de compreensão do verdadeiro papel dos legislativos nos níveis municipal, estadual e federal, cresce uma onda sugerindo seu fechamento, o vereador cometeu um erro grave. Se não há nada mais importante a fazer na Câmara do que brincar, talvez o autor da “proposta” tenha dado razão aos que pensam desta forma. Espera-se que ninguém, na nossa região, imite esse “engraçadinho”.

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