Não aguentamos mais!

Semana após semana, os anúncios de aumento no preço dos combustíveis apavoram a população. Chegamos a um patamar inacreditável para o padrão de renda dos brasileiros. Em Montenegro, o preço já alcançava os R$ 5,50 no início desta semana, batendo os R$ 6,00 em outras áreas do Estado. E nesta terça, os brasileiros levaram outro golpe: mais um reajuste anunciado.

Desta vez, a gasolina ficou 8,8% mais cara. Isso significa que o litro do combustível sobe R$ 0,23 na refinaria. Já o preço do litro do óleo diesel subiu 5,5%, o que representa mais R$ 0,15 gastos em cada litro. E, como nós bem sabemos, reajustes para cima sempre são rápida e integralmente repassados aos consumidores. A desculpa é a mesma das outras vezes: os valores cobrados nas refinarias dependem dos preços e oferta no mercado internacional e da taxa de câmbio. A questão é que, havendo ou não razão para a alta, os brasileiros não suportam mais aumentos.

Não há renda que aguente o preço do combustível tão elevado. Caso fosse apenas a gasolina, alguns poderiam alegar que carro não deve ser a rotina da população – deveríamos priorizar o transporte público e meios alternativos como a bicicleta – mas o diesel impacta na passagem do ônibus, no transporte de alimentos ou taxa de entrega de qualquer aquisição que você fizer por e-commerce. Ou seja, não há para onde correr! A população está encurralada.

Bastam de desculpas. As autoridades precisam tomar providências. A gasolina que sai da bomba é, na verdade, uma mistura entre gasolina e etanol. Por isso, a composição do preço é: 29% Petrobras, ICMS, 15% de impostos federais como o PIS/Pasep e Cofins, 29% do imposto estadual ICMS, 15% de custo do Etanol e 12% de distribuição e revenda. Se é inviável mexer na base de preço da Petrobrás, mesmo esta sendo uma empresa estatal, devido a imagem disso frente ao mercado e investidores internacionais, se faz necessário agir sobre os outros percentuais.

O governo federal poderia abrir mãos dos seus 15% se realmente desejasse oferecer esse alívio aos brasileiros. O mesmo pode ser dito da fatia estadual. A verdade, porém, é que ninguém abre mão do seu recurso e o povo segue esticando o salário – esse sem nenhum ganho real na maior parte das categorias – e tentando pagar as contas. Muitos já acumulam dívidas. Enquanto isso, os políticos seguem andando em seus carros oficiais como se nada estivesse acontecendo. Até quando?

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