Não aceite! Não se acostume! Revolte-se!

Nos deparamos com tanta notícia ruim diariamente que é fácil se acostumar. A gente tropeça numa quantidade tão grande de crueldade que é fácil se acomodar. Para confirmar isso, puxe pela sua memória. A notícia de um atentado dentro de escola nos EUA não lhe soa corriqueira? Você já não ouviu falar tanto sobre tiroteios nas favelas cariocas que, ao saber de mais um, sequer prende a atenção? A execução de alguém envolvido com o tráfico de drogas em qualquer parte do nosso país ainda lhe choca? Pois deveria. Porque os atentados à bomba em colégios não são mais coisa de estrangeiro. Faz tempo que os tiroteios passaram a ocorrer bem próximo de nós.
O problema é que o fato dos crimes estarem cada vez mais próximos e frequentes das comunidades “dos interiores” do Brasil não está nos chocando. Estamos nos acostumando com as mortes violentas, aceitando-as e até criando desculpas numa gravíssima tentativa de justificar um crime. Um assalto? Mas estava em área violenta da cidade e em plena madrugada. Assédio? Mas olha o comprimento da saia dela. Foi assassinado com diversos tiros? Andava com maus elementos. E assim a gente vai se acomodando com o medo e adaptando as nossas vidas.
Você deixa de sair à noite por medo e, quando vê, é assaltado às 7h da manhã no caminho para o trabalho. Por engano, o traficante atinge um trabalhador na rua, que sangra até a morte e se torna apenas uma estatística. A jovem é abusada e sequer denuncia por temer o julgamento da sociedade.
A comunidade precisa se revoltar contra o que a fere, machuca, tira direitos. A gente tem o direito de andar na rua sem medo de levar uma bala. Sair à noite não é crime. Nossas crianças precisam ser ensinadas a viver em harmonia, a respeitar o professor e a valorizar o ensino que recebem. Mas, ao invés disso, recebem lições diárias de como sobreviver num mundo em que não se pode usar o celular na rua porque alguém pode passar correndo e levá-lo.
Nós, aqui no Vale do Caí, ainda temos índices de criminalidade inferiores aos da Capital. E isso não deve ser comemorado. Se, a cada crime registrado, pensarmos que em Porto Alegre, Canoas ou Alvorada é pior, estamos aceitando as ocorrências. Revolte-se, lute, não aceite isso. Viver com medo não dá!

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