A colocação de um outdoor afirmando que “Montenegro apoia” o presidenciável Jair Bolsonaro gerou grande repercussão desde a sua inauguração, no final de semana passado. De responsabilidade do PSL, a instalação do anúncio mostrou-se equivocada sob diversos pontos de vista. Primeiro porque o político está muito longe de ser a unanimidade que a propaganda sugere. Segundo que, às portas de uma eleição, é questionável tratar-se ou não de campanha eleitoral antecipada. Portanto, a peça de propaganda possivelmente parará na Justiça.
Basta analisar as manifestações nas redes sociais para ver que o ato não atraiu nenhuma simpatia ao político. Seus apoiadores agora tentam minimizar a estranheza de quem, mesmo sem opinião formada sobre Bolsonaro, sentiu-se desrespeitado ao ser incluído sem autorização na infeliz frase “Montenegro apoia…” E eles têm razão em gritar o contrário. Afinal, exigem que sua opinião seja respeitada.
Montenegro não apoia Bolsonaro. Montenegro não apoia Lula. Montenegro não apoia Marina Silva. Cada um desses políticos, assim como tantos outros, têm os seus apoiadores. O sistema de voto no Brasil considera o desejo individual de cada cidadão. Portanto, afirmar a preferência de uma cidade por determinado candidato não passa de um jargão de marketing. E, nesse caso, o efeito pode ter sido contrário ao desejado. Tratar a todos como uma massa homogênea e de pensamento igual não faz sentido, nem garante votos. Nas eleições que se avizinham, os candidatos terão de encontrar meios para alcançar cada eleitor e compreender o que cada um realmente quer.