Algumas ações – por mais bem intencionadas que sejam – acabam prejudicando toda uma cadeia produtiva. Isso está longe de significar que são infundadas, desnecessárias ou que deveriam ser anuladas. Apenas indica que elas deveriam vir acompanhadas de complementações, para ajudar e não dificultar a vida de quem gera renda e tributos.
Matéria publicada na edição de hoje exemplifica bem isso. Uma Instrução Normativa estabeleceu regras mais rígidas para quem deseja vender citros para fora do RS, no intuito de garantir frutos livres de pragas. Justo, afinal se está qualificando o produto e garantindo a saúde do consumidor. Mas junto da normativa deveria vir o auxílio ao produtor, que ganha mais um encargo para poder comercializar seu produto.
Há exemplos de cidades da região que oferecem profissionais pagos pelo município para apoiar os citricultores na obediência a esta norma. Não é o caso de Montenegro. Resta tentar entender a razão. A produção de citros é uma das principais fontes de renda de Montenegro, um de seus símbolos mais pujantes. Quem está no campo merece um pouco de atenção dos governantes, já que a riqueza gerada na agricultura colabora – e muito – para movimentar a economia.
Espera-se que a Administração repense esse abandono. Hoje muitos vendem suas frutas com notas fiscais emitidas em cidades vizinhas, onde obtêm os certificados sem custos. É Montenegro abandonando seus agricultores e perdendo receitas. É muita estupidez!