A legislação brasileira tem sido bastante dura com os condutores que dirigem sob o efeito de álcool. Além do pagamento de multas, da apreensão do veículo e da Carteira de Habilitação, estão sujeitos à prisão, especialmente se causarem acidentes em que haja vítimas. Há alguns anos, quando as regras entraram em vigor, era comum ver as pessoas se reunindo em grupos para ir a festas e, antes de sair, elegerem o “motorista da rodada”. Era aquele que, durante a balada, estava proibido de beber e deveria conduzir os demais, em segurança, de volta para suas casas.
Infelizmente, com o passar do tempo, a fiscalização afrouxou, muito por causa da falta de efetivo das polícias militares, que estavam sem agentes para as blitze. Os soldados disponíveis tiveram de ser aproveitados na prevenção e no combate ao crime, por conta da escalada das drogas. Como reflexo, a imprudência voltou e estatísticas apontam que os acidentes ligados ao álcool também.
Quem costuma frequentar bares e restaurantes sabe do que estamos falando. Cerveja, vinho e outras bebidas são degustadas sem qualquer receio por jovens e adultos que, em seguida, saem pilotando seus carros. Nos finais de semana, eles ficam até altas horas em bailes, festas ou mesmo nos postinhos de gasolina se “abastecendo” e, quando a “função” termina, saem cantando pneus. Mesmo no perímetro urbano, os acidentes são comuns.
É muito triste quando alguém se acidenta depois de “encher a cara”, mas pior ainda quando esta irresponsabilidade vitima outras pessoas, que cumprem a lei e nada têm a ver com os abusos dos inconsequentes. Se o bêbado derrubar um poste e ficar preso nas ferragens depois de uma noitada regada a álcool, pode até parecer que o problema é somente dele, mas não é. A sociedade inteira corre perigo e, na melhor das hipóteses, terá de pagar, via previdência social, pelo tempo em que ele ficar afastado do trabalho, recuperando-se.
Agora que a Brigada Militar recebeu um importante reforço de 15 novos agentes, talvez seja hora de intensificar as barreiras e, armados de bafômetros, deixar a pé os infratores. Sem repressão, a lei não passa de letra morta no papel. É preciso ressuscitá-la!