Longa espera por respostas

Prestes a completar 27 meses da morte de Marcelo Júnior dos Santos Teixeira, o “Marcelinho”, de 18 anos, em 10 de janeiro de 2021, nessa quinta-feira, 30, foi realizada a Reprodução Simulada dos Fatos (reconstituição), conduzida pelo Instituto Geral de Perícias do Estado (IGP). A família e amigos do jovem esperaram ansiosos por esse momento, pois acreditam que através da simulação vão surgir respostas para muitas dúvidas relacionadas à conduta do garoto e da própria Polícia Militar, na noite de sua morte.

Para a família, entender o que de fato aconteceu é uma questão de honra e justiça. Independente do que aponte o desfecho da investigação da Polícia Civil, os familiares afirmam que só terão paz ao término desse processo.

Além dos questionamentos que circundam o assassinato de Marcelinho, surge também a seguinte questão: por que tanta demora para realizar a reconstituição? Conforme o IGP, há uma “fila” de casos que deve ser seguida em ordem. Contudo, se vê situações que fogem à regra e levantam outra dúvida: por que dois casos semelhantes apresentam modos de apuração tão distintos?

No dia 12 de agosto do ano passado, o jovem Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, foi dado como desaparecido no município de São Gabriel, na região Fronteira Oeste do Estado. Uma semana depois, o corpo do rapaz foi localizado em um açude na localidade de Lava Pés, interior daquele município.

Em setembro, a investigação policial apontou o envolvimento de policiais militares na morte de Gabriel. No dia 21 de novembro, três meses após o crime, foi realizada a Reprodução Simulada dos Fatos pelo IGP. Em 28 de dezembro, o Comando Geral da Brigada Militar anunciou o indiciamento de oito PMs por coagir homem a confessar a morte do garoto. Em suma, houve celeridade no esclarecimento dos fatos, o que no caso da morte de Marcelinho não aconteceu.

Fica a pergunta: Por quê? Independente dos motivos que levaram a ambas as mortes, por que da diferença no tratamento pela busca de esclarecimento? Essas são perguntas que vão além das feitas pela família da vítima. São interrogações da sociedade e que devem ser devidamente sanadas.

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