Lições de Paris, pra hoje

A cada clico de quatro anos, as Olimpíadas da era moderna trazem reflexões profundas a respeito dos benefícios do esporte e do quando deve ser apoio, ou financiado, por meio do Poder Público. Claro, que antes do debate tem a torcida eufórica pelo País, tem os especialistas em esporte que nunca viram e voltarão a ver de novo em quatro anos, e tem as apostas no improvável. Mas também este elemento folclórico tem seu valor, ao reacender o sentimento de pertencimento, criando uma união patriótica real. Deixamos de ser a pátria de chuteira para reconhecer, de forma metafórica, uma brasilidade miscigenada.

Sempre é o poder do esporte agindo de forma positiva; salvo quando criminosos travestidos de torcedores promovem a violência ao invés de rivalidade. Mas, tirando estes inomináveis, o restante é só benefício. Mesmo sendo espectadora, a pessoa recebe boas energias oriundas de superação, competição e coletividade. Não é difícil empregar estes elementos em outras situações da vida, criando lideres, mentores, coadjuvantes com expressão e até heróis.

Uma avaliação positiva que parte sempre dos benéficos da prática esportiva à saúde do praticante. Não é exigido que cada cidadão torne-se, no dia a dia, um atleta de alto desempenho. Mas ao menos faça uma caminhada de 30 minutos, suba um lance de escadas, troque o carro pela bike. Inclusive estas são orientações bem conhecidas, pois fazem parte do diagnóstico emitido em consultórios médicos por todo o Brasil. Por outro lado, é curioso não estarem em campanhas de Saúde Pública das cidades, sendo que não representam sequer grande investimento.

No caso de ser mais preocupado com este direito, a missão é implementar espaços públicos para prática esportiva, sob a possibilidade de ver surgir talentos que um dia estarão no pódio olímpico. Mas caso a carreira do fundista, skatista, jogador de vôlei não seja internacional, ao menos alcançará-lhe o direito ao benefício da inclusão social.

O esporte transforma vidas, sempre para melhor! Ele sequer deve ser rotulado de alternativa; sendo sim oposição a escolha por ações criminosas e destrutivas. Essas sim são alternativas, impostas pela pobreza, discriminação e ausência de esperança. De as crianças bola, quadra, rampa, piscina, e permita que sintam-se empoderadas, sintam-se capazes de vencer, nos esportes, mas sobretudo na vida.

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