Cada vez mais convivemos com a sensação de impunidade causada, talvez, pela morosidade dos processos ou pela ideia de que a justiça deve sempre ser severa, implacável e rigorosa. E sim, a justiça deve ser feita da forma mais imparcial e rigorosa que a lei permita. Mas isso não significa atropelar os processos ou correr o risco de punir alguém inocente.
Mas, assim como foi dito durante o julgamento de Evandro Weber, de 24 anos, motorista do acidente que matou Kellen Bock em 5 de novembro de 2017, na localidade de Campo do Meio, ele, assumidamente causador do fato, deve ser punido nos termos da lei. A jovem, então com 18 anos, voltava da prova do Enem quando teve sua vida ceifada em um ato de irresponsabilidade criminosa do indivíduo, que dirigia alcoolizado e com várias atitudes imprudentes. Todas as ações do motorista, somadas, resultaram no fim da vida de Kellen, que lutava por seu futuro.
Situações como a condenação de Evandro, julgado ontem, 30, fazem com que acreditemos que a justiça é sim, feita, nesse País. Casos como esse, embora se estendam longamente para o desfecho, mostram que atitudes irresponsáveis são passíveis de punição. E assim deve ser, de acordo com o dano que causaram. Evandro foi julgado pela morte de uma pessoa e cumprirá sua pena conforme dita a nossa legislação.
A família de Kellen agora pode ter a certeza de que a morte dela foi, de fato, punida. Um ciclo se encerra após dois anos de espera e incerteza de que Evandro pagaria pelo crime que cometeu. Porque, sim, dirigir embriagado é mais do que um ato de irresponsabilidade jovem ou falta de atenção. É um crime em que assume o risco de tirar a própria vida e a de terceiros – como ocorreu nesse caso. E tais atos precisam ser punidos para que não se repitam e evitem a morte de mais inocentes.