Mesmo invisíveis pelas ruas, as galerias de águas pluviais são fundamentais para a manutenção da infraestrutura de uma cidade. São elas que escoam as águas das chuvas, evitando alagamentos e reduzindo significativamente o risco das enxurradas. A expansão da área urbana, associada à má manutenção deste tipo de rede sanitária ao longo dos anos, resulta na incapacidade de as galerias darem vazão às águas. Isso, em consonância com o volume de precipitações que vêm ocorrendo, sobretudo nos últimos meses em Montenegro, contribui para que tenhamos casos de alagamentos bastante comuns em ruas específicas. Exmplo da Buarque de Macedo, na esquinda da Praça dos Ferroviários, ou como o que ocorreu essa semana no bairro Santa Rita. Embora neste último as causas ainda estejam sob investigação, é fato que a ineficiência do esgotamento pluvial potencializa os danos aos moradores.
Certamente a ocupação urbana, associada à alta taxa de asfaltamento das ruas, aumenta a necessidade de uma boa rede de escoamento para a chuva. A rede do município é antiga e carece de reparos constantes. Até em bairros mais novos as bocas das galerias são pequenas e, muitas vezes, cobertas por mato, lixo e até concreto – quando não são quebradas por algum acidente de trânsito e ficam sem conserto.
Mesmo que a atual administração alegue haver manutenção dessas tubulações, sabe-se que urge a necessidade de ampliação. Este trabalho também é invisível, mas de grande impacto ao moradores. Além disso, as consequências das chuvas mais recentes revelam que o trabalho ainda não é suficiente. É preciso um planejamento de reestruturação da rede pluvial, para que a população não precise constantemente lidar com ruas alagadas, casas inundadas e perdas de bens.
Os cidadãos querem, mais do que a assistência posterior aos estragos (que, diga-se de passagem, tem sido bastante rápida e assertiva), é não ter prejuízos com as intempéries climáticas por falta de infraestrutura básica. É preciso tratar a raiz do problema, que literalmente está em baixo da terra.