Investir na base para colher o ouro

Neste final de semana, o jornal Ibiá mostra uma reportagem especial sobre o esporte de base em Montenegro. A educação física, em algumas escolas, deixa de ser apenas mais uma disciplina para tornar-se formadora de futuros profissionais do esporte. A aula, em si, pode não ser suficiente para treinar, preparar e formar um atleta para competições profissionais. Mas certamente é nesses minutos semanais que os estudantes desenvolvem o gosto pela prática esportiva.
Quando há incentivo ao esporte, os alunos ganham mais do que algumas aulas “fora da sala”. Eles ganham em saúde física; ganham em saúde mental, pois o esporte pode servir como um ótimo antidepressivo natural, melhora o humor e a autoestima, reduz o estresse e aumenta a concentração. Além disso, a socialização, a noção de ganhar e perder, respeito à individualidade e trabalho em grupo são mais alguns benefícios alcançados ao se investir na prática esportiva para crianças e adolescentes.
E quem sabe se, ao instigar um aluno a buscar o esporte que mais lhe atrai, os professores não estão formando um futuro ídolo de alguma modalidade? Para isso, é preciso haver incentivos – dentro e fora da escola. Só assim as aulas de educação física poderão ter outros resultados, além daqueles – ótimos – minutos para se alongar e espairecer entre uma aula de física e outra de geografia.
Investir na base é a chave para retornos futuros. E não custa nada. Há exemplos no Brasil, como a da judoca Rafaela Silva, medalhista de ouro nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, que foi aluna do Instituto Reação, na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. O projeto social que formou a atleta se mantém com recursos captados junto a pessoas físicas e jurídicas por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Ela permite que empresas e pessoas físicas invistam parte do que pagariam de Imposto de Renda em projetos esportivos aprovados pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. Por que isso não pode ser repetido aqui e, quem sabe, termos uma medalha olímpica (ou de Copa do Mundo) no Vale do Caí?

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