Integração e acolhimento

A chegada de imigrantes ao Brasil e, sobretudo, à nossa região, é uma constante já há alguns anos. Haitianos e venezuelanos, entre outras etnias, se destacam entre os povos que migraram para cá. Se num primeiro momento esses novos moradores podem causar estranheza ou até algum tipo de desconforto aos habitantes locais, é preciso compreender que os processos migratórios fazem parte da formação da nossa gente. Eles chegam para acrescentar – e muito – às nossas cidades. Não apenas como força de trabalho, mas principalmente enriquecendo nossa vivência com sua cultura e saberes que não tínhamos por aqui.

Precisamos olhar com carinho para estas pessoas que já passaram tantas dificuldades. Eventos integrativos, como o realizado nesse final de semana pelo Cursilho Jovem e pelo Rotary Clube Montenegro, proporcionam oportunidade de descobrir a riqueza e a força de quem sai do seu país, seja adulto ou até mesmo as crianças. Basta olharmos com carinho e, com um pouco de atenção, ouvirmos o que eles têm a nos contar.

Não é o caso de romantizar as migrações ocorridas pela necessidade de buscar uma vida melhor. Mas, com acolhimento e um pouco de carinho, é possível deixar mais fácil a vida de quem precisou deixar tudo para trás. Da mesma forma, a criação de um espaço do imigrante, pelo Cras de Montenegro, também torna processos burocráticos e o atendimento às necessidades sociais mais fáceis. Assim, ao deixarmos de criar barreiras em diferentes âmbitos, podemos incentivar essas pessoas para que cresçam por aqui. Isso certamente fará bem não apenas aos forasteiros, mas também a nós, montenegrinos.

Um estudo publicado em 2018 na revista Science Advances mostrou que a acolhida aos imigrantes faz bem à economia. A pesquisa analisou dados do PIB per capita, taxa de desemprego, gastos públicos e impostos arrecadados. O resultado foi que países que acolhem pessoas em busca de asilo tiveram melhora em todos esses índices, ajustando, inclusive, o equilíbrio das contas públicas. É importante lembrar que muitos de nossos antepassados também já foram imigrantes, seja de outros países ou até mesmo de diferentes regiões do Brasil. O acolhimento faz toda a diferença para que se tenha motivação no trabalho, na escola e no convívio em comunidade.

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