Ibiaçá em seu tempo

Com cinco anos e meio passados daquela manhã de 6 de junho de 2017, quando Montenegro acordou sob o choque de ver agentes do Ministério Público/ do Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado (Gaeco) fazendo devasta em sua prefeitura, alguma decisão foi tomada. Contudo, imprescindível pontuar que são condenações em primeira instância, as quais cabe longa gama de recursos, sempre presumindo inocência e garantindo o amplo direito de defesa. Mas ao cidadão satisfaz saber que não foi esquecido pelo seu Poder Judiciário.

A Operação Ibiaçá identificou que teria havido corrupção na Administração Municipal durante o governo Luiz Américo Alves Aldana, ex-prefeito que faleceu em 2021, que, portanto, não deve mais ser lembrado como réu. Inclusive, seu passamento alterou os rumos do processo, como relata o jornalista Guilherme Batista na reportagem. Ao cidadão, pagador de seus impostos e cumpridor das leis, é doloroso ver sendo desviados recursos, sobretudo da Educação Pública. Não é incomum que sua sede por justiça, por ver pessoas na cadeia, norteie sua análise a respeito da Ibiaçá.

Pois o cidadão não está errado. Apenas é preciso observar o rito com a qual a Justiça precisa caminhar. Especialmente se tratando de uma investigação, e posterior confecção de processo, que é baseada unicamente por números, valores, planilhas e por menores burocráticos. Inclusive, é de se imaginar que os supostos envolvidos tenham se esforçado para cobrir pistas.

Tenhamos certeza que os profissionais do Gaeco e da Promotoria não pretende isentar ninguém; mas que também agem sob a égide da justiça que prefere um culpado livre a um inocente aprisionado. O cuidado na avaliação de provas garante ainda que a peça de acusação não seja frágil diante das investidas da defesa dos réus. Soma-se ainda a sobrecarga de processos de processos gerada pela judicialização de quase tudo no Brasil.

Mas chega em boa hora a resposta. A corrupção deve ser combatida todos os dias, em dosagem regular e eficaz. Sua persistência tem motivação na ganância humana, tentando aqueles que têm acesso aos meios e recursos. A condenação primária e de apenas quatro de 21 suspeitos reforça o recado de que o crime será combatido, de que as instituições e a população está atenta.

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