Após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), uma cidade do Vale do Caí pode simplesmente desaparecer. O STF determinou que São José do Sul (e outros 29 municípios gaúchos) voltassem a ser distritos de suas cidades-mãe. O caso gera discussões e, agora, os municípios se unem para garantir que os decretos de emancipação de cada um sejam respeitado. Felizmente, em razão da Emenda Constitucional número 57/2008, já há condições suficientes para assegurar que os municípios emancipados até 31 de dezembro de 2006 – no qual se enquadra São José do Sul, tenham sua existência assegurada.
Mas a decisão do STF, que tirou o sono de muita gente,não impacta apenas na questão burocrática e orçamentária – já que São José do Sul teria seu território dividido entre Montenegro e Salvador do Sul. A cidade, que recentemente comemorou seus 25 anos, já está consolidada. Ela iniciou com muita dificuldade, é verdade. Até a cadeira do prefeito era emprestada, na época da emancipação. Mas, com esforço da comunidade, representação política e muita força de vontade, cresceu, conquistou um sede para os órgãos públicos; infraestrutura; uma situação financeira sólida, inclusive com investimentos previstos e, principalmente, o respeito das cidades vizinhas.
Mas, muito mais do que isso, São José já tem sua identidade própria. Há cidadãos que lutaram para que o sonho do município se tornasse realidade. O atendimento às famílias são-joseenses melhorou muito com a emancipação. Há mais possibilidades de investimento em estradas, saúde e educação, associado a uma cultura marcada pelos Caminhos do Coração, um circuito turístico próprio e que vale a pena ser conhecido. Tudo isso não pode terminar numa canetada de quem sequer conhece a realidade de quem mora aqui e nunca sentiu o amor pela cidade. Há não somente uma, mas muitas histórias a serem respeitadas com a manutenção do Município. 2 082, de acordo com o último Censo do IBGE.
Se agora será necessário lutar para que o município continue sendo reconhecido como tal, que nos unamos em prol de São José do Sul. Afinal, a mesma caneta que pode riscar uma história, é capaz de garantir que ela continue existindo e – mais do que isso – siga escrevendo belíssimas linhas nas páginas do nosso Vale.