Fé e esperança

A comunidade de Montenegro comemora hoje os 150 anos da Paróquia São João Batista. Mesmo ofuscada pela pandemia e suas consequentes restrições, a data remete a um passado recheado de muitas memórias pessoais e coletivas. Para a cidade é um marco de fé e esperança, que pode servir de exemplo para os dias atuais. Criada dois anos antes da própria emancipação do Município, no alto da rua Olavo Bilac, a sociedade e a cultura de toda uma comunidade se construiu ao seu redor, marcada por momentos abençoados por sua presença singela e imponente.

Para cerca de sete mil paroquianos, a separação de Triunfo representou um novo momento para os fiéis. A partir de então, a comunidade católica cresceu até se transformar em Diocese em 2008. Não é difícil imaginar quantas pessoas trabalharam para a realização de um sonho coletivo como este. Certamente foram dias de muito suor e dedicação que ainda seguem dando frutos a toda a comunidade. Os jesuítas conduziram a paróquia por 23 anos. Em 1895 a entregaram, enfim, ao clero diocesano, através do padre Bartolomeu Tiecher, por coincidência tio-avô do bispo emérito de Montenegro, Dom Paulo Antonio De Conto.

Com o crescimento da cidade ao seu redor, a antiga e bela igreja matriz ficou pequena para acomodar o crescente número de fiéis. A nova igreja matriz, hoje Catedral, foi projetada pelo mesmo arquiteto responsável pelo projeto da Basílica de Aparecida em São Paulo, Benedito Calixto de Jesus Neto. A construção então de um templo maior foi outro marco simbólico da união da comunidade, que há um século e meio abraça a paróquia com devoção.

A formação de pequenas comunidades, desde o início do cristianismo, ofereceu ambientes propícios para a ação evangelizadora. Aqui não foi diferente. A partir da participação na vida da paróquia, os fieis partilharam a fé e a esperança, o que tornou mais fácil a construção dos templos e o crescimento da comunidade. Da pequena igreja de tábuas à Catedral que encanta pela beleza, a trajetória da Paróquia São João Batista foi marcada por histórias de leigos e leigas, de padres e religiosos e religiosas, que foram protagonistas destes 150 anos.

Olhar para o passado para continuar em frente, seguindo na construção de novos horizontes marcados pela união da comunidade. Que esta grande história, que se confunde com a da nossa cidade, sirva de modelo e exemplo aos atuais e futuros gestores. Como sempre, a união de esforços e objetivos comuns levam ao êxito. Parabéns à comunidade católica de Montenegro!

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