Estamos à beira do colapso

Sim, é exatamente isso. No início da tarde de ontem, segunda-feira, o Rio Grande do Sul tinha cerca de 90 leitos de UTI disponíveis. Parece muito? Agora imagina que esse número é para atender a todos os 497 municípios, ou 11,3 milhões de habitantes (esse são os dados informados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a densidade demográfica do nosso Estado). Agora parece muito?

Aqui em nossa cidade, por exemplo, o Hospital Montenegro 100% SUS já não tem mais vagas há muitos dias, chegando a, inclusive, ter pacientes na fila aguardando um leito em Unidade de Terapia Intensiva. Na Unimed Vale do Caí, onde haviam bastante vagas na última sexta-feira, ontem só restava uma na UTI.

Os dados, mais do que preocupar, acendem todos os sinais de alerta para um possível colapso no sistema de saúde do Estado, que, pouco a pouco, está ficando esgotado. Já na semana passada a secretária de Saúde do Estado, Arita Bergmann, anunciou em reunião com os prefeitos “estamos apavorados”. Esse é exatamente o tom: pavor. A situação é tão tensa que o último estágio do plano de enfrentamento à Covid já foi acionado e, por aqui, um gabinete de crise foi criado especialmente para tentar controlar a pandemia novamente.

Mas nem tudo isso parece suficiente para conter aqueles que, despreocupados com os óbitos ao seu redor e com as possíveis mortes que virão, caso o vírus não seja freado, teimam em fazer festinhas clandestinas ou questionar as medidas restritivas impostas.

Nós compreendemos o receio dos comerciantes e outros tantos quem precisam trabalhar. Nós também precisamos. E muito! Porém, salvar vidas é fundamental para que a economia também não entre em colapso. E, para isso, mais do que simplesmente fechar as portas, é imprescindível que haja consciência de cada cidadão e que não se tente puxar a brasa para o seu assado. O momento é crítico. Talvez um dos piores que já passamos. Mas pode ser ainda mais trágico se, agora, não garantirmos que as medidas sanitárias sejam rigorosamente cumpridas. Afinal, os hospitais também precisam respirar para conseguir prover o atendimento a todos que necessitam.

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