A partir deste sábado, dia 1º de fevereiro, as tarifas nos pedágios free flow entre o Vale do Caí e Serra irão subir. Em São Sebastião do Caí, com assustador reajuste de 70 centavos, tornando-se, com certeza absoluta, o mais caro entre as praças do Bloco 3 da concessão do Governo Leite. Certamente está entre os mais onerosos em todo o território do Rio Grande do Sul. Diante dos diversos motivos para os cidadãos protestarem, praticamente sentindo-se lesados, é preciso dizer que tudo está no papel.
Os contratos de privatizações selados entre governos e iniciativa privada são muito bem amarrados, dando legalidade as ações, com previsões de investimentos e operações obrigatórias, concedendo prazos amplos o suficiente para garantir viabilidade ao negócio adquirido pelo investidor. Essas adjetivações inclusive servem para ressaltar que estamos falando de uma operação comercial, onde as rodovias são um produto alugado a um operador que visa o lucro. Portanto, insatisfação é aceitável, mas surpresa é injustificada.
Sem perder a consciência de que ser um cidadão significa justamente exercer o direito pleno de exigir qualidade de vida, acesso aos serviços, segurança e outros serviços primordiais; e é neste fator que as comunidades de Caí, Capela de Santana e Montenegro, mais afetadas diretamente, devem firmar sua posição. Se os reajustes são garantidos, neste mesmo contrato de concessão há os deveres que a concessionária deve cumprir, com determinação em relação à capacidade e tempo de execução.
Isso quer dizer que mais salutar agora será a postura de fiscal das ações, cobrando a concessionária e exigindo do Governo do Estado. Entre os que pagam, os moradores das cidades cortadas pelas rodovias são aqueles com mais “lugar de fala” em relação às melhorias que urgem. Literalmente, essa é uma questão de Justiça, pois o descumprimento pode parar nos tribunais, com pode ampliado se através de ação popular coletiva.
A atitude predominante a partir deste sábado deverá ser a cobrança. Ao invés de abrir a boca para resmungar ao passar pelo pórtico do free flow, abra bem mais os olhos a respeito de tudo que vê ao redor. Avalie se as condições de trafegabilidade estão condizentes com sua necessidade e com aquilo acordado. Assim, termos certeza que cada centavo pago está sendo reembolsados pelos caminhos da Serra Gaúcha.