No caso do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a resposta para essa pergunta deveria ser: para todos. Afinal, não importa classe social, sexo ou idade, todos estão sujeitos a precisar de um atendimento de urgência, por conta de um imprevisto de saúde ou acidente. Porém, os municípios do Vale do Caí registram grande dificuldade para oferecer essa segurança aos seus cidadãos.
A manutenção dos serviços do Samu ocorre de forma tripartite, ou seja, União, Estado e municípios têm que contribuir. Montenegro e as cidades da região utilizam a base do Samu localizada no Hospital Montenegro. Por uma questão administrativa – uma mudança no eSocial que elevou muito o custo – municípios que repassavam recursos pediram cancelamento do serviço. São tantas obrigações nas costas dos municípios que já não conseguem manter algo que seria básico.
Sem o Samu, um serviço já estruturado e com número de chamada padrão entre as cidades e conhecido da população – o 192 – as cidades terão de ter à disposição plantonistas para atender casos de urgência 24 horas dentro da cidade. Será que essa oferta torna mais barato o mesmo serviço ou haverá perda de qualidade?
E como ficam as rodovias? Pela ERS-124, por exemplo, trafegam centenas de veículos, que possivelmente se envolverão em acidentes e cujos motoristas esperam ser socorridos. Não interessa se estão em trecho de Montenegro ou de Pareci Novo. Espera-se que continuem sendo cobertas integralmente pelo Samu. Afinal, seria motivo de muita revolta que acidentes ficassem sem cobertura de um serviço que recebe valores do governo do Estado e da União. Saúde é algo que não pode ser deixado de lado, esquecido ou minimizado. Saúde custa caro, sabemos. Mas é essencial para todos. E precisa ser priorizado.