Escolha respeitar as vidas

Nunca é demais repetir, especialmente porque alguns cidadãos ainda insistem em não perceber, mas o trânsito é o espaço mais coletivo e mais plural de nossa sociedade. Não há nada mais pertinente do que o lema da Semana Nacional de Trânsito 2023, “No trânsito, escolha a vida!”. A mensagem deve ser interpretada em favor de todos, com aquele que lê compreendendo que, além de sua própria, deve respeitar a existência das outras pessoas com que divide este espaço.
A campanha anual pega um espaço ínfimo apenas para promover o debate de forma mais aprofundada, movimentar forças vivas em prol de soluções aos problemas e para manter o tema presente em sua forma didática. Todavia, a cada novo dia saímos para ser um elemento no trânsito, seja de carro, moto, caminhão ou na condução do transporte coletivo. Mas ainda mais exato é o fato de que, em algum momento, todos seremos um pedestre.

Este é o elemento mais frágil na equação. Para ser exato, nós somos o elemento mais frágil na equação do trânsito. O que pode um corpo de carne e osso contra uma máquina de aço? A circulação deve ser com atenção voltada especialmente às pessoas, zelando pela segurança delas, dentro dos veículos ou caminhando; pois o trânsito não é composto por veículos, mas por gente.

Nesta tese, com justiça, não vamos ignorar que todos têm seus compromissos, em dias no qual a urgência para tudo é um motivador de velocidade. Sabemos que a individualidade cada pessoa é carregada de responsabilidades, com seus problemas e necessidades. Todavia, para este cenário segue valendo a retórica popular “a pressa é inimiga da perfeição”.

São segundos perdidos que não mudarão em nada a rotina, em contraste a segundos de uma decisão equivocada que podem alterar o restante da vida daqueles atingidos. Se não vejamos, a etimologia da palavra acidente significa “algo que acontece por acaso”.
Mas quando um condutor ou um pedestre – que também deve respeitar o espaço coletivo – assumem risco desnecessário através de ação imprudente, a ocorrência deixa de ser acidental. Não por acaso, o motorista envolvido em acidente com óbito é julgado por homicídio culposo ou dolo eventual. A forma de evitar essa culpa é não transformando o veículo em arma.

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