Sim, estamos cansados! Comerciantes cansados de ter restrições; jornalistas cansados de anunciar mais e mais casos e óbitos pela Covid-19; e a comunidade está cansada do apelo “fique em casa”. Mas sabe quem realmente já não aguenta mais? Os profissionais da saúde, que trabalham diuturnamente lutando contra um inimigo invisível. Uma rotina que contrasta com algumas pessoas desdenhando do seu valor, através da promoção de festas clandestinas, deixando de cuidar da própria saúde e aglomerando-se em comemorações ou momentos de lazer despreocupados.
Quem também já não aguenta mais são as pessoas de grupos de risco que completarão um ano trancadas em casa, sem sequer saber quando poderão sair tranquilamente, já que não há certeza de quando chegará a sua vez de ser vacinado. Um isolamento social que virou isolamento humano diante da incompetência do Governo Federal, que assiste passivo a uma distribuição das doses em “conta gota”.
E agora, que atingimos o pior momento da pandemia, embora estejamos seguindo protocolos da bandeira vermelha, é a cor preta que sinaliza para a rápida propagação do vírus e para a pouca oferta de leitos nos hospitais. Mais do que nunca, o controle da pandemia depende de cada um de nós. Depende de garantir que a propagação da Covid-19 seja freada, e que não tenhamos ainda mais vidas perdidas na nossa região.
Essa postura está na base da convivência em comunidade. Empatia e respeito aos seus pares. Ninguém é sozinho; e nossas ações refletem naqueles que estão em nossa volta, sendo que os primeiros são familiares e amigos. Depois afetamos nossos colegas de trabalho, clientes ou fornecedores. E o ‘efeito dominó’ se expande e afeta a rua, o bairro, a cidade e depois a região.
E quando os hospitais estiverem superlotados, inúmeras pessoas tiverem um familiar doente ou até mesmo tiverem perdido alguém querido, toda a cadeia estará comprometida de fato. Então será tarde para se lamentar. Será tarde para se arrepender de não ter sido minimamente prudente.
A bandeira preta, com restrições de vermelha, vai persistir por apenas uma semana, se o quadro da pandemia realmente retroceder significativamente neste período. E isso é possível, se todos fizerem a sua parte, respeitando os protocolos e as determinações dos órgãos de saúde. Caso contrário, sete dias poderão virar 30 ou até mais. Um mês de prejuízo e de isolamento forçado. E mesmo que os casos da doença recuem até 1º de março, a reclassificação para uma situação de menor gravidade não significará liberação total. A empatia e o respeito por sua comunidade terão que ser o ‘novo normal’.