A Semana Municipal de Conscientização e Combate às Drogas é uma ótima oportunidade para que repensemos o tema. É preciso combater a venda dos entorpecentes e avaliar o tratamento ao usuário, colocando o tema sob o ponto de vista da segurança pública. Afinal, o tráfico está relacionado a casos graves de violência, conforme apontam inúmeras pesquisas científicas. Mas a verdade é que este mercado ilegal movimenta bilhões de dólares anualmente. A droga é um “produto” que tem cerca de 1.000% de valorização entre produção e consumo. E por trás do esquema está uma cadeia de comando que precisa ser desmantelada a partir do topo.
Há uma estrutura complexa e bem estruturada, com relação social em esferas sociais. E além dos grandes comandantes, há pequenos traficantes, que são pessoas com poucas ou nenhuma oportunidade. O tráfico oferece essa chance, com rentabilidade fácil e rápida; mas que em troca cobra um alto preço. Há também os usuários, que podem ter diferentes motivações para experimentar o primeiro entorpecente: desde a insatisfação com a vida e necessidade de fuga da realidade; pressão social ou a simples curiosidade. E nem sempre iniciam com drogas ilegais. Existem portas de entrada socialmente mais aceitas, como álcool, cigarro e – mais recentemente – os vaps. Alguns têm mais propensão á doença chamada dependência, e são estes que mais sofrem. Mas isso não é algo que se saiba com antecedência. Então, o caminho é a vigilância própria e dos nossos entes queridos – sobretudo as crianças e adolescentes.
Enquanto medidas duras não são tomadas para combater as raízes do problema, cabe aos policiais “enxugar gelo” com os pequenos traficantes que se esgueiram por becos. Cabe também às famílias criar uma relação mais próxima com os jovens, estreitando a confiança mútua desde criança. Isso para que, ao chegar à adolescência, não lhes seja estranho abrir diálogo com os pais sobre temas delicados. E à Saúde, cabe a corrida contra o tempo para tentar tratar os dependentes com equipes multiprofissionais que, muitas vezes, desfalcadas pela falta de investimento no setor, estão longe do ideal.