Em alguns países a resposta seria óbvia: aplique-se! Aqui no Brasil, no entanto, temos a estranha necessidade de esperar para saber se “a lei vai pegar ou não” e a quantidade delas que fica apenas no papel é assustadora. O fato é que os tradicionais copos e canudinhos plásticos já não devem ser vendidos em Montenegro. Agora os comerciantes devem oferecer aos clientes outras opções, como os biodegradáveis. O grande questionamento está sobre a fiscalização, sob responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente. Entre a população, observa-se não apenas a incredulidade de que os objetos de plástico realmente sumam das nossas ruas, mas ainda um gigantesco desconhecimento sobre a legislação.
Diante de tudo isso, há pelo menos duas questões que precisam ser levantadas. Primeiro, houve período para discussão enquanto a lei ainda era algo tratado apenas como possibilidade. Hoje ela é uma decisão concreta, cujo período de adaptação já passou. Portanto, a lei “pegar ou não” é um ótimo exemplo do péssimo “jeitinho” brasileiro. Está valendo e não deveríamos ter dúvida se ela será ou não cumprida. Aliás, se vivêssemos em um país sério, não seria questionada tão fortemente a questão da fiscalização. Afinal, lei se cumpre sem precisar de vigia 24 horas. Por aqui, infelizmente, mesmo com fiscalização, é difícil. Burlar uma regra parece ser motivo de orgulho.
Mas o que precisa ser considerado é a eficácia desta lei para o seu objetivo: colocar menos plástico no meio ambiente e proteger a natureza. Os canudos são importantes, é claro. Principalmente porque são representativos. Só que ninguém precisa de um canudo para viver. Eles são utilizados por apenas alguns minutos e ficam na natureza por centenas de anos. Além disso, existem alternativas sustentáveis.
“Mas e todo o resto do plástico que consumimos?” é uma pergunta muito utilizada para desqualificar a lei. Se só cortar o canudo não resolve, por que você não faz mais? Caminhar e pedalar mais, deixando o carro na garagem. Ir ao restaurante ao invés de pedir a tele, assim evitando as embalagens plásticas. Levar as compras de mercado pra casa em sacolas retornáveis ou caixas de papelão. As possibilidades são muitas. Basta cada um fazer a sua parte no que é possível dentro da sua rotina.