Pela segunda vez, a montenegrina Franciele de Oliveira Chagas, de apenas 25 anos, teve o pedido de um medicamento à base de canabidiol negado pela justiça. A jovem vive dias difíceis e as dores já a levaram à internação. A esperança é de que o remédio lhe ofereça um mínimo de qualidade de vida, e que Franciele não precise viver presa à cama de hospital para conseguir suportar o sofrimento. Com dezenas de cirurgias e internações, além das sequelas, a jovem, que tem um tumor cerebral, ainda convive com a preocupação com o custo do remédio. São R$ 2 mil, que ela não dispõe e que podem fazer a diferença na sua vida.
O fato de o medicamento não ser fornecido pelo SUS e o pedido judicial negado contribuem para que a dor da paciente seja física, mas também emocional. Além das complicações decorrentes da doença, ela sente o abandono do Estado, que lhe impede de ter um pouco de tranquilidade nesse momento difícil. Isso chancelado pela justiça. É realmente justo? O canabidiol é a forma que a jovem e sua família têm de mantê-la um pouco melhor. Mas sem o medicamento, os sintomas continuam piorando.
A judicialização da saúde é realmente onerosa e lenta. Mas casos como o de Franciele precisam mais do que o olhar pragmático acerca do custo e das questões legais. Ela precisa ser vista de uma maneira mais carinhosa, mais humana. E fica ainda outra questão: quantas Francieles há por aí, sofrendo e sem o amparo que lhes poderia ser o diferencial na vida?