De forma errônea, muitas vezes se classifica a prática do “ócio” como demérito, como sinônimo de preguiça. Um rude engano! É comprovado que o descanso, o simples não fazer nada, tem propriedades curativas, é fundamental ao humor e à criatividade. Desta forma, é indiscutível que estes momentos são de direito e devem ser proporcionados ao povo. Neste conceito, as praças têm um papel fundamental, carregando uma história de espaço público para debates. Inclusive, ainda são ponto de encontro, de festas e de referência dos moradores. Todos estes atributos não devem ser considerados apenas em relação ao espaço urbano, pois as famílias rurais também têm direito ao lazer.
Quando o Município constrói praças nas comunidades do interior, ele não está alcançado um benefício. Ao contrário, cumpre seu dever de entregar um serviço aos cidadãos. Embora devamos assinalar que o acesso à ferramenta social nunca foi garantida, tanto que a lista de localidades que precisam de uma praça é relativamente grande.
Santos Reis (em breve) e Costa da Serra (ainda sem prazo) receberão espaços destinados ao mínimo que se possa imaginar em termos de ócio gratuito. Suas praças serão uma alternativa mais tranquila às festas de sociedade. Mas, em especial para as crianças, vão ser motivo de alegria, capaz de criar memórias que alicerçarão um vínculo com ‘o seu lugar’. Também é a respeito disso que praças versam: identidade local. O interior de Montenegro precisa ser estruturado para se tornar agradável, muito além do lugar para morar e trabalhar sob o sol. Que as localidades sejam mais cativantes aos jovens, transformando a necessidade de ficar na terra em um desejo real, podendo desfrutar de segurança, estrutura viária, acesso digital e educação.
Neste sentido, os moradores da Vendinha iniciaram mobilização pela instalação do Ensino Médio em sua Escola Estadual Adão Martini. Hoje aqueles jovens são obrigados a sair em busca do conhecimento, em uma jornada que rapidamente cria desilusão com sua comunidade e atração pelas facilidades da vida urbana. O Interior estruturado é certeza de bem-estar, de permanência das famílias na agricultura e consequente garantia de desenvolvimento deste setor fundamental.