Dias trágicos

A primeira quinzena de novembro foi trágica no Vale do Caí. Nesse período, o Jornal Ibiá noticiou 10 mortes trágicas. A mais recente está na edição desta quinta-feira. Trata-se do falecimento de Ezequiel Peguerino, de 26 anos, morto após colidir sua motocicleta contra um caminhão no bairro Senai. Se fosse a única já seria trágico, mas é mais uma em curto período de tempo. Acidentes de trânsito, um ataque contra a própria vida, afogamento e homicídios.
O que une os casos, sem dúvida, é o rastro de dor deixado às diversas famílias e comunidades. É preciso questionar, porém, quantos desses registros poderiam ser evitados. Cada um desses fatos ocorreu em circunstâncias únicas e que são apuradas pelas autoridades. Mas, não é possível ignorar a gravidade de uma execução, em plena luz do dia, numa área movimentada de Montenegro. Também não podemos fechar os olhos ou minimizar a gravíssima situação pela qual nossas rodovias passam, sem a devida presença das polícias rodoviárias Estadual e Federal, que sofrem com sucessivas baixas de efetivo. E o que dizer do risco de afogamentos, crescente nessa época do ano?
Sim, pode ter sido uma triste coincidência. E nós torcemos para isso. Mas, também pode não ser. É possível que se trate do reflexo de dois fatores. O primeiro está em vivermos numa sociedade doente, em que a vida já não parece ter o mesmo valor. Mata-se por dinheiro, por um desentendimento ou por algo que sequer se sabe explicar. O segundo, na falta de investimento em segurança, seja Brigada Militar, Polícia Civil, PRE, PRF ou Bombeiros. São dias trágicos. São dias difíceis de aceitar. São dias que clamam por mudança.

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