Não é por acaso que criançinhas são o elemento preferido dos marketeiros nas campanhas políticas. Meninas e meninos correndo sorridentes, brincando com os pais, comendo merenda ao lado de coleguinhas em um refeitório, ou no colo do próprio candidato. Os profissionais em propaganda sabem que esses seres frágeis são prioridade em proteção e cuidados gerais, e que ao reconhecer essa atenção mexem com a sensibilidade do eleitor.
Os únicos quem parecem não compreender são os políticos; sobretudo os eleitos. E não precisamos aprofundar nossa análise na saúde, lazer, transporte ou segurança pública (essa garantida, na medida do possível, pela Brigada Militar com a Patrulha Escolar). Basta pinçarmos para um exame minucioso a educação básica. Popularmente conhecida como “creche”. Montenegro, novamente, precisou de uma determinação judicial para se preocupar com esse direito assistido.
Garantir vagas suficientes é tão primário quanto os conhecimentos que são repassados, de forma lúdica, a esses alunos. É lamentável que um sistema eleito permita que um problema, visível através do cadastro elaborado que a própria organiza, se agrave de tal forma. E o mais perturbador é saber que o crescimento da fila é observado de forma passiva.
Não há uma notícia a respeito de um projeto específico para sanar a demanda. Enquanto os responsáveis estão sentados sobre sua ineficiência, são as famílias que passam por perrengues para suprir aquilo que lhes é de direito diante dos impostos que pagam. Não ofertar vagas em creche influencia em todo o sistema econômico da cidade, mexe com a autoestima das crianças e desanima quem dedica suas forças ao crescimento de Montenegro.