Há pelo menos dois anos, moradores dos bairros Senai e São Paulo pedem a colocação de quebra-molas ao longo da rua Campos Neto. A importante via da cidade, que divide os dois bairros e por onde centenas de carros passam diariamente, não os recebeu até hoje. Nem mesmo um abaixo-assinado mobilizou os gestores públicos de Montenegro. Agora, conforme matéria publicada na página 12 desta edição do Ibiá, talvez isso venha a entrar nos planos.
O problema é que o “agora” é depois da morte da professora Aline Fabiana da Rosa Silva de Sá, de apenas 39 anos. Ela foi vítima de um atropelamento durante um racha praticado próximo a sua residência, na rua Campos Neto. Não se trata de responsabilização. Até porque essa tragédia ainda é investigada pela Polícia e o calor do momento, em meio à dor do falecimento de Aline, não é a melhor hora para fazer acusações. Porém, é inegável que os redutores poderiam ter evitado uma morte. Seria esse, então, um daqueles casos em que é preciso dizer: antes tarde do que nunca.
Mas é preciso atentar para a responsabilidade de cada cidadão. Muitos dos que agora se apavoram com o desfecho trágico do recente atropelamento também excedem na velocidade em ruas e estradas. Isso não é fazer racha, alguns pensarão. Realmente, não é. Mas também coloca vidas em risco, sobretudo quando é feito em trechos urbanos, que se tornam perigosas travessias de pedestres. Às vezes, alguns minutos a mais podem até fazer alguém se atrasar num compromisso, mas evitam acidentes graves. Melhor evitar do que depois tentar minimizar o impacto, por vezes, irreversível.