Faltam apenas três meses para o final do ano e, até agora, não houve a contratação de servidores em diversas escolas estaduais de Montenegro. No São João Batista, por exemplo, desde março, a própria equipe diretiva e professores trabalhavam na produção da merenda para mais de 900 alunos, gerando acúmulo de funções, desgaste e, pela outra via, prejuízo aos trabalhos que deveriam estar sendo executados por esses profissionais no horário que eles usam para o preparo das refeições. Agora, cansados – e com toda a razão – os profissionais decidiram dar um basta e se dedicar àquilo que foram contratados. O resultado é a corda estourando no lado mais frágil: os alunos, que ficam sem a merenda.
Os professores e demais funcionários já fizeram muito. Eles passaram quase todo o ano letivo tapando um buraco que não é deles – além de todo o contorcionismo necessário para evitar grandes prejuízos ao aprendizado em um ano pós-pandemia, com recursos historicamente escassos no setor e desvalorização por parte da sociedade. Agora, com seis meses de atraso e após uma medida drástica, a 2ª Coordenadoria de Educação informa o remanejo de servidores para atender a demanda do São João. Uma medida provisória, até que os profissionais sejam de fato contratados. O problema é que, mesmo com tanto de tempo de espera, essa iniciativa apenas faz tapar o sol com uma peneira, uma vez que a maioria das instituições de ensino estão com déficit no quadro. Certamente nenhuma delas deixou de informar a Coordenadoria das faltas de profissionais que, em algumas, são enormes.
O ideal seria que já estivessem sendo tomadas medidas para antever possíveis faltas no ano letivo de 2023. Mas é inadmissível que o ano já esteja terminando e ainda não tenham sido fechados os quadros das instituições.