Dedo na consciência

O País ficou sabendo nesta quinta-feira que o jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho é sondado para concorrer ao Senado Federal por Minas Gerais no próximo ano, tendo como partido o Patriotas — mesma sigla do presidenciável Jair Bolsonaro, que possui um número expressivo de simpatizantes, segundo pesquisas recentes. Nomes como esses, no entanto, têm históricos distantes daquilo que o Brasil efetivamente precisa, ou seja, um líder político de perfil estadista. Imaginar o atleta como um dos parlamentares mais importantes do País não é tarefa fácil para pessoas esclarecidas, politizadas e preocupadas com o desenvolvimento estratégico e sustentável da nação.
Eleger celebridades é uma das práticas que o povo brasileiro precisa expurgar de seus hábitos. Quando se cogita a candidatura de um infantilóide como Ronaldinho — note que quem veio a público falar do assunto foi seu irmão Assis, o que revela a incapacidade do jogador em concatenar ideias políticas e expressar seu caráter — se vê que o povo brasileiro ainda tem muito a aprender a respeito de cidadania, mesmo depois do mar de lama revelado pela Operação Lava Jato.
É hora de cada um colocar o dedo na consciência. Algumas iniciativas incentivam as pessoas a saírem da inércia e passarem a importar-se com a política. É o caso da campanha Voto Consciente, encabeçada pela OAB/RS, que vai ganhar força em 2018. Correto está o presidente da entidade, Ricardo Breier, ao afirmar que o voto consciente é a única forma de tentarmos mudar e fazermos valer a democracia. Somos mais de 200 milhões de brasileiros, mas onde está a representatividade correta disso? No Congresso é que não. Lá, as decisões atendem primeiramente a interesses pessoais e partidários, por isso é que, para muita gente, faz sentido o Ronaldinho Gaúcho cogitar ser candidato.

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