Das ruas

Em dias “fechados” como o de ontem, em que a cidade parece mais cinza e carrancuda, menos simpática, atrativa ou cheia de vida, poucas coisas são capazes de atrair olhares ou, quem sabe, um sorriso sincero. Uma delas é a arte que, pelas ruas da cidade, vai oferecendo, mesmo que por poucos instantes, cores, improviso, talento e graça à vida de quem, mesmo sem perceber, absorve um pouco do ofertado na via pública.
Na página 6 dessa edição, você encontra a história de um artista que enche de arte e beleza o dia de quem passa pela praça Rui Barbosa. Diariamente ele toca seu violino, oferecendo, nota por nota, um dia mais melodioso a quem transita por lá. Mesmo os mais apressados, se conseguirem, por um instante, desligar-se do som dos carros e do comércio em volta, terão, da música do senhor José Nelson da Silva, um momento de paz.
Mas não apenas ele traz arte às ruas de Montenegro. Nem poderia, afinal, somos a Cidade das Artes. A população em geral já está habituada às performances protagonizadas por alunos da Uergs. Arte, é sempre bom lembrar, é a representação de um povo e da sua cultura. Que bom que a nossa cidade pode contar com essa ajuda para manter-se vibrante e colorida, mesmo nos momentos mais cinzentos.
Às vezes, porém, nem todos os artistas são tratados com o respeito devido. Você já viu as pessoas que fazem malabarismos nas esquinas com semáforo pelo centro de Montenegro? Alguns gostam. Outros se incomodam. Você pode até não oferecer nenhum dinheiro a eles, desde que também não os ofenda nem destrate. A rua não é só dos artistas, é verdade. Assim como ela também não é apenas sua. A rua é de todos. A Arte, de quem a quer.

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