Os últimos dias em Montenegro e na região foram particularmente violentos. Aconteceram coisas que – infelizmente – tornaram-se banais. Furtos, roubos, assaltos. Quando não concretizados, são tentativas que chocam e traumatizam igualmente suas vítimas. O que aconteceu de diferente neste final de semana é que a revolta da população com isso tudo chegou ao limite. E levou ao registro de mais violência.
Foram dois casos do tipo. No primeiro, no sábado, um conhecido ladrão, com uma série de passagens – e solturas – na polícia, foi espancado. É possível condenar a explosão de fúria da população, quando esta parece se sentir acanhada diante do avanço da criminalidade? O segundo caso ocorreu no interior de Brochier, quando um homem, também conhecido por praticar crimes, morreu numa troca de tiros contra um cidadão que se defendia de uma tentativa de roubo. A vítima também se feriu.
O que une esses dois casos é o desespero da população, que é levada a cometer atos desse tipo devido à crise de insegurança pública que vivemos. O certo era que assaltantes já conhecidos da polícia estivessem presos, trancafiados, sem chance de voltar a praticar delitos. Não é assim. Eles logo saem, o que desestimula nossos agentes de segurança e dá ao cidadão de bem aquela velha impressão de que se está “secando gelo”.
Não podemos considerar normal que as pessoas saiam por aí fazendo justiça com as próprias mãos, por mais justo que possa parecer em um primeiro momento. Primeiro porque, numa troca de tiros, a bala perdida pode achar alguém que nada tem a ver com aquela situação e, segundo, porque esse clima de faroeste não colocará fim ao drama da população. Nossas forças policiais têm que mostrar força e mudanças na lei precisam ocorrer para que o cidadão não saia por aí, em desespero, “solucionando” as coisas com saídas que apenas geram mais violência. É bom que não demore muito. A paciência acabou!