Corruptos de estimação

O anúncio da condenação do ex-presidente Lula em primeira instância voltou a demonstrar que o Brasil é um país cindido ao meio. De um lado, os “coxinhas”; de outro, os “petralhas”. No meio — minoria absoluta — algumas pessoas conseguem sopesar os erros e os acertos do poder público, independente das siglas partidárias que estejam no comando, e observam os fatos sem radicalismos ou outros sentimentos que prejudicam a compreensão da atualidade.

Infelizmente, esse é um comportamento de exceção. A maioria são usuários de redes sociais que, movidos por paixões e ódios, digladiam-se como se as telas fossem arenas medievais. Tentam, sem respeito nem sabedoria, impor suas opiniões, como se houvesse apenas uma verdade. São tantas defesas cegas — seja lado A, seja lado B — que até uma nova expressão surgiu: corruptos de estimação.

Entretanto, a batalha entre coxinhas e petralhas em nada colabora para o País vencer suas crises. O efeito é justamente o contrário, porque, sem entendimento, os problemas se agravam. Neste momento, o que mais precisamos é convergência, colaboração, razão. Enquanto os extremistas ditarem o tom da agenda nacional, a nação segue estagnada, sem desenvolvimento, desempregada. Precisamos, isto sim, de lideranças e posicionamentos equilibrados, ponderados e isentos de paixões ideológicas.

As instituições devem cumprir suas funções acima de questões pessoais. Suspeitos precisam ser investigados. Criminosos precisam ser punidos. Não há como abrir mão dessas regras básicas de convívio. Ou você também tem seu corrupto de estimação?

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