Corrigindo um equívoco

Montenegro foi pioneira entre as cidades do Rio Grande do Sul a cobrar pelo estacionamento no Centro. As primeiras iniciativas ocorreram ainda nos anos 90, depois o serviço foi suspenso e voltou no começo do século 21. Funcionou sempre em parceria com a Sociedade Beneficente Espiritualista, entidade mantenedora do Lar do Menor, até setembro de 2014. Na época, a prestação do serviço era deficitária porque não havia lei permitindo multar e recolher os veículos cujos donos, de forma acintosa, simplesmente se negavam a pagar a tarifa.

Num primeiro momento, o desaparecimento das monitoras parecia um ganho para os lojistas, que acusavam a Faixa Nobre de espantar sua clientela. Passaram eles mesmos e seus funcionários a ocupar as vagas, sem se dar conta do tiro que davam no próprio pé. Quando acordaram, depois de ver as lojas vazias, passaram a cobrar o poder público pela reativação. Foram necessários vários anos para que a Prefeitura conseguisse contratar um novo serviço, por meio de licitação.

Esse histórico é importante porque mostra o quanto decisões baseadas em interesses pontuais podem ser ruins para toda uma comunidade. Por falta de espaço para estacionar, nestes cinco anos, muita gente parou de comprar no Centro. Alguns consumidores certamente migraram para a internet e outros adotaram o hábito de ir aos shoppings centers em cidades maiores. Não há como saber quanto dinheiro deixou de circular na economia local por conta deste equívoco.

Felizmente, a demora acabou e, em breve, o estacionamento rotativo pago recomeça. Talvez já em dezembro, quando todos precisam fazer suas compras de Natal e querem espaço para estacionar. Alguns vão reclamar da cobrança, mas a maioria dos montenegrinos logo verá as vantagens. Aos que têm condições de caminhar, a dica é bater perna. Faz bem para a saúde, inclusive.

Vale também para os lojistas e seus funcionários, que agora terão de recorrer a garagens e serviços privados – com custo mais elevado – se quiserem deixar seus automóveis por perto pelo dia inteiro. Já era hora de fazer esta correção. E que, desta vez, os infratores sejam penalizados de verdade.

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