O maior evento de futebol do planeta – a Copa do Mundo – começa hoje. Mas, muito antes de o árbitro dar o apito inicial da primeira partida na Rússia, entre o país sede e a Arábia Saudita, a competição é alvo de polêmica por aqui. Os brasileiros fãs do torneio têm sido atacados nas redes sociais e taxados de alienados por uma parcela da população.
Os críticos mostram indignação pelo fato de os torcedores parecerem alheios à crise política e econômica no Brasil. Também são acusados de “dar de ombros” para as próximas eleições marcadas para outubro. O cenário deixa claro uma situação comum nos dias atuais: somos muito bons em apontar o dedo para os outros e em definirmos como devem se comportar. Entretanto, deveríamos estar mais preocupados com nossas atitudes.
Seria ótimo se todos tivessem interessados na realidade brasileira e debatessem soluções para enfrentarmos a crise. Também é inegável a importância de os cidadãos ficarem atentos às eleições e pesquisarem sobre quem querem ver no poder. Por outro lado, essas são atitudes que podem, perfeitamente, serem tomadas pelos adoradores do mundial. Não existe uma regra do tipo “quem gosta de futebol é um alienado político”. Mesmo apreensivos com a política e a economia, nada impede de ficarmos de olho na disputa das seleções pelo caneco. Mas essa é uma decisão de cada um. E seria salutar se não houvesse julgamento e condenações em razão disso. Acima de tudo, é uma questão de respeito.