Em meio a opiniões favoráveis e contrárias de pais, alunos e também entre os próprios professores, a greve do magistério avança, mantendo fechadas total ou parcialmente diversas escolas de Montenegro e do Vale do Caí que abraçaram o movimento. Cada instituição tem divulgado a posição de seus profissionais e como isso está afetando a sua rotina. Agradando uns e desagradando outros, os professores lutam para manter seus direitos.
Neste momento, é necessário destacar uma atitude protagonizada pela comunidade escolar do Colégio Paulo Chaves, em Maratá. A instituição que atende a alunos dos ensinos Fundamental e Médio, fez mais do que avisar os pais da paralisação. Ela os convidou a entrar na luta. Como? Explicando. Fazendo-os entender as razões que levam à revolta da classe contra as medidas propostas pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa. Na noite da última terça-feira, 19, os professores realizaram uma reunião para conversar com os pais e explicar o que se passa com a categoria. Os pais compareceram e o pátio da escola ficou lotado.
O que se percebeu foi que a comunidade, apesar de desconhecer muitos dos detalhes do projeto causador da greve, reconhece o empenho dos mestres em lutar não apenas pelos seus salários, mas por respeito à educação. Obviamente que os pais das crianças não estão felizes. Suas rotinas são muito afetadas pelos portões fechados da escola. Em pleno novembro, não há estudante que não esteja com medo de passar as férias de janeiro em sala de aula recuperando dias letivos. Isso sem falar na qualidade do ensino que, devido ao intervalo inesperado, é prejudicada. Mas houve apoio. Porque a comunidade da Engenheiro Paulo Chaves enxergou pelo quê seus educadores estão lutando. É preciso destacar, ainda, o movimento realizado na Praça Rui Barbosa, que não foi organizado pelo sindicado, mas por integrantes da Escola São João Batista e abraçado por outras instituições estaduais. Um movimento deste tipo só será válido se contar com o apoio da sociedade.