Um contraditório que traz lições está estampado nas páginas desta edição do Ibiá. Uma reportagem enaltece o desempenho educacional de três escolas no Vale do Caí e outra, o aumento de casos de violência contra crianças e adolescentes em Montenegro. Antes de qualquer coisa, cabe ressaltar que as escolas não têm responsabilidade no que tange proteger as crianças dos agressores. Todavia, é indiscutível que por meio do conhecimento a própria vítima tem mais capacidade de reação. Também devemos relembrar que Conselho Tutelar não é polícia.
Dito isso, joguemos o holofote sobre a vulnerabilidade ainda cotidiana contra menores de idade, o que revela a brutalidade, a desumanidade, mas também faz pensar a respeito da eficiência das ações preventivas e punitivas. Neste contexto está sempre presente o paradigma em relação ao fator que cresceu, se foi o crime ou a denúncia, ou ambos de forma paralela, se impulsionando.
O Conselho Tutelar aponta que o crescimento das denúncias é um indicador positivo, pois confirma que as ações do Comitê Executivo Intersetorial de Prevenção à Violência Sexual Infantil e Juvenil estão atingindo seu objetivo. Mas não há como deixar de considerar que o melhor seria ver despencar os boletins de ocorrência envolvendo crianças. A solução pedida em coro pela comunidade é mais cadeia aos violadores de crianças, com rigor que não pode ser comparado a qualquer outro crime hediondo.
Sem refutar este clamor, devemos somar ainda a solução por meio da informação. Um cidadão bem instruído impõe medo a qualquer criminoso, sob risco de ser denunciado em relação as suas intenções nefastas. Novamente o Conselho assinala o avanço do enfrentamento, atribuindo ao trabalho ativo nas escolas e na comunidade. Essa é também uma resposta aos desinformados que se opõem à abordagem do tema Educação Sexual neste ambiente de conhecimento e formação de caráter.
As escolas destaque no Ideb têm como fundamento a Ciência experimental, a atenção individual e a integração com as famílias, confirmando seu fundamento social e humano. Toda nação desenvolvida teve ‘a escola’ como plataforma de lançamento, o que também se aplica à civilidade alcançada por meio do conhecimento a respeito de direitos e deveres. Se investirmos em Educação, valorizando os professores, reduziremos o gasto com presídio, casa amparo e hospital.