Em um dos seus textos, o escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo italiano Umberto Eco diz ser impossível pensar no futuro sem nos lembrarmos do passado. A valorização da história, da cultura e das tradições de um povo é peça fundamental no processo de construção identitária. Daqui a alguns dias estaremos celebrando os 200 anos da Independência do Brasil e, em seguida, a Semana Farroupilha. Datas que nos fazem recordar nossas raízes, de onde viemos e um pouco da formação deste solo.
Celebrar a história não é apenas a recordação de fatos tão longínquos quanto o Grito do Ipiranga, mas também a valorização de acontecimentos mais próximos, e que muito contribuem para o nosso reconhecimento enquanto sociedade. Na edição dessa terça-feira, destacamos o debate realizado pelo Memorial ao Imigrante Alemão, a respeito da figura controversa do Major Von Schäffer. Hoje, o evento Memórias da Estação da Cultura é destaque. No debate, realizado pelo Movimento de Preservação do Patrimônio Histórico, um elemento importante é enaltecido: as histórias de quem vivenciou as chegadas e partidas do trem, de quem escolheu o bairro Ferroviário como sua casa e daqueles que relembram passagens contadas pelos seus pais e avós.
A história é feita de objetos, imagens e arquitetura, mas, sobretudo, de relatos de vida. A valorização dessas passagens é uma das maiores contribuições para a construção do nosso futuro. Somente assim teremos bases sólidas para avançar. O passado é experiência – e que deve ser aproveitada em todos os setores. Ainda nesta edição, a matéria da página 9 mostra como a valorização do conhecimento antigo contribui para a melhora na qualidade das bergamotas produzidas, colaborando, assim, para que o futuro seja de prosperidade em bases sólidas de sabedoria que une pai e filho em prol do melhor futuro possível.