A partir de uma mobilização do vereador Felipe Kinn da Silva (MDB), a Câmara deve ser palco de um interessante debate sobre a qualidade do atendimento oferecido aos montenegrinos pelas agências lotéricas. Foi-se o tempo em que elas eram visitadas apenas por quem desejava fazer uma “fezinha” . Nos últimos anos, como correspondentes bancários, estas empresas passaram a oferecer uma enorme gama de serviços, entre os quais, saques e pagamento de contas. Dependendo do dia do mês, formam-se enormes filas dentro e fora dos estabelecimentos.
O problema é que a infraestrutura das lotéricas continua a mesma. Acomodadas em espaços acanhados, nem todas têm condições de oferecer um atendimento à altura do que o cidadão merece. As longas esperas são mal organizadas e não há sequer uma cadeira para deficientes e idosos. São demandas que podem e devem ser corrigidas. Contudo, o maior problema, sobre o qual não foi falado até aqui, é a segurança.
Enquanto os bancos, por força de lei, foram obrigados a investir na contratação de guardas, instalação de câmeras, vidros blindados e portas de segurança, as antigas casas de jogos seguem completamente desguarnecidas. Há, portanto, uma lacuna a ser preenchida neste campo, já que, em alguns dias, elas recebem público maior do que as instituições oficiais. Felizmente, não tivemos registro de assalto, mas não se pode permitir que a falta de prevenção aumente este risco.
Por causa da corrupção e da falta de segurança, o Estado brasileiro vem tendo diariamente maiores dificuldades em proteger o cidadão. No momento em que o governo delega serviços remunerados à iniciativa privada, é justo esperar que ela retribua de alguma forma. As lotéricas têm faturado muito mais nos últimos anos. Já está na hora de converterem uma parcela destes ganhos em acolhida e proteção ao usuário.