As fortes chuvas que caíram desde o final de semana deixaram rastros de estragos pela região. No sábado, ocorreram deslizamentos de terra, danos em estradas e destelhamentos em Maratá, Brochier e São José do Sul, além de alagamentos em outras cidades do Vale do Caí. Já a segunda-feira registrou volumes intensos de precipitação, em que as bocas-de-lobo não davam conta do escoamento, na cidade de Montenegro.
O alto volume de chuva em curto espaço de tempo foi suficiente para ocasionar transtornos em vários locais. Em alguns pontos de Montenegro, como a rua Osvaldo Aranha ou a Vereador João Vicente, essa situação não é incomum e, inclusive, é problema antigo já relatado nas páginas do Ibiá. Em outros casos, a situação pode ser mais pontual, afinal, o temporal dificultou a vazão através dos bueiros e as vias acabaram cheias de água, ainda que por alguns minutos.
Essa não seria uma situação de tamanho transtorno se não fosse um detalhe: a falta de empatia – ou noção – que reina em alguns indivíduos. Foi preciso o deslocamento de equipes da prefeitura para trancar a passagem em ruas completamente alagadas e assim evitar que veículos ousassem entrar na água.
Para além do risco que motoristas correm ao fazer isso, eles causam ainda mais problemas aos moradores, que anseiam pela redução do nível da água em frente às suas residências. É ciência básica: quando o carro entra na água, o nível sobe. Além disso, o movimento do veículo gera ondulações e, dessa forma, aumenta-se o risco de a água inundar as casas. Aos motoristas, certamente, dar uma volta maior ou até mesmo aguardar alguns minutos para passar pelos locais faria mínima diferença. Aos moradores, a água que entra em suas residências pode significar a perda de móveis, prejuízos financeiros e o abalo emocional.
Outro problema ainda veio à tona com esses alagamentos: a quantidade de lixo pelas ruas. Sacos fechados e resíduos diversos foram flagrados boiando; evidenciando o descuido com o meio ambiente em nossa cidade. Certamente, esse fator contribui para o agravamento dos alagamentos, uma vez que os bueiros entupidos dão ainda menos vazão às águas. Se não houver consciência coletiva – para além de medidas eficazes por parte do poder público – a situação tende a piorar no inverno, quando, além do volume, a constância das chuvas costuma ser alta.