Vivemos um momento difícil sob os mais variados aspectos. Saúde, assistência social e economia são importantes áreas que neste período passam por instabilidade. O principal é, obviamente, a crise na saúde pública, que coloca em risco a vida das pessoas. Mas dele também surgem dilemas como a perda de empregos e renda gerada pelo distanciamento social. E a crise financeira gerou uma triste busca por auxílio financeiro e até mesmo doações de cestas básicas. Não será uma única ação isolada a resolver qualquer um destes dilemas. Mas há uma atitude que pode facilitar a compreensão pela população: clareza das informações.
É natural que as pessoas estejam apreensivas com tudo o que acontece, principalmente no que diz respeito aos inúmeros casos suspeitos e os confirmados de Covid-19. A ausência de casos graves em montenegrinos, se mal esclarecida, pode gerar interpretações erradas em qualquer sentido. Alguém pode julgar que, não havendo ninguém fazendo uso de respirador artificial, não há porque manter tantos cuidados contra a doença. Outros podem interpretar a informação como mentirosa e acreditar que a prefeitura está omitindo fatos. Esse tipo de interpretação errada só faz mal à cidade. Daí a importância de divulgar claramente os dados. A intenção não é assustar ninguém nem relativizar algo sério. Devemos encarar a realidade como ela é, nem menos nem mais.
Em entrevista transmitida ao vivo pelo Jornal Ibiá na manhã desta quinta-feira, 30 de abril e publicada na edição de hoje do Ibiá, a Secretária da Saúde de Montenegro, Cristina Reinheimer, apresentou uma informação importantíssima e que não vinha sendo divulgada pelo município. Além dos quatro casos confirmados de Covid-19, a pasta liderada por ela faz acompanhamento domiciliar de 40 pessoas que têm sintomas similares aos de gripe e da Covid-19, mas leves, e não foram testadas. Saber que a SMS acompanha esses casos é tranquilizador, ao contrário do que alguns podem pensar. Pior cenário do que saber que há possíveis novos casos seria se estes existissem e não estivessem no radar das autoridades. Quanto mais clara a administração municipal e os hospitais forem em seus dados, melhor informado e preparado estará o cidadão. Se vivemos mesmo uma guerra, como as autoridades e especialistas conceituados afirmam, temos o direito de esperar pelo combate sabendo o que está ocorrendo. E é dever do jornalismo questionar os governantes e fazer chegar na população, da forma mais clara possível, a informação. Seguiremos cumprindo este papel.