A alta nos casos de dengue na região e em todo o Estado preocupa autoridades em saúde. A proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, cada vez mais rápida, é motivo de atenção especial na cidade. Sempre soubemos que o controle dessa praga urbana está em nossas mãos. Não deixar água parada, lavar bem pratinhos de plantas, bebedouros animais e tampar caixas d’água, por exemplo, são medidas simples e eficazes. Mas outra importante ajuda pode vir do campo. Um inseticida caseiro, barato e com grande potencial contra o mosquito é testado por estudantes de Santa Maria. A receita à base de casca de bergamota custa muito pouco e é simples de fazer em casa, além de demonstrar resultados bastante satisfatórios. A novidade é recebida com entusiasmo pelos órgãos de vigilância já que, embora as medidas já conhecidas devam ser mantidas, um auxílio extra é bem-vindo em tempos de atenção especial.
Esse novo aliado no combate ao Aedes é resultado de investimento em pesquisa desde a base da educação. Hoje, infelizmente, o retrocesso nesse investimento empura cientistas brasileiros para fora do país, fazendo com que percamos em desenvolvimento tecnológico e social que advêm da união entre a academia e a sociedade. Neste caso, o laboratório vai ao campo para resolver uma aflição da cidade. Pode parecer uma solução simples, ainda mais em uma região tão importante pela produção de citros, como é a nossa. Mas o papel da ciência é esse: encontrar soluções simples para problemas do dia a dia, garantindo que nossas dificuldades sejas resolvidas com produtos baratos que encontramos à mão.
O incentivo aos futuros cientistas inicia na base, com estudos e experiências desenvolvidas desde a educação básica, como ocorreu em Santa Maria e como ocorre por aqui, onde temos grandes pesquisadores nas escolas estaduais, particulares e técnicas. As feiras de ciências são nada mais do que exposições de grandes ideias para solucionar problemas identificados no nosso cotidiano. Portanto, que essa experiência desenvolvida lá do outro lado do Estado, e que pode ajudar-nos por aqui, sirva de exemplo para que cobremos valorização dos cientistas e a acreditação, o financiamento e a popularização das pesquisas brasileiras.