Chega de aumentos

Imagine, nesta manhã gelada em que você esta lendo o Ibiá, acordar numa residência precária, em que o frio entra pelas frestas, e não ter como fazer o café. Não ter como oferecer almoço aos filhos. Ver a noite cair sem a expectativa da janta aquecer a família. Nada disso por falta necessariamente do alimento, que mesmo o mais básico e entregue por doações, há na residência. O que não existe é o gás de cozinha para ferver a água do café e preparar as refeições.

Para muitas famílias, atualmente, apenas o fogão à lenha é alternativa. E isso nenhuma relação tem com deixar a casa mais aconchegante neste Inverno. É necessidade mesmo. Para outras tantas, onde não existe fogão à lenha, é necessário se arriscar no uso de fogareiros e espiriteiras improvisadas com uso de álcool.

O levantamento realizado pelo Jornal Ibiá mostra que o botijão de gás de cozinha de 13kg, usualmente utilizado nas casas, está beirando os R$100,00 na cidade. Para quem pode buscar na revenda, o valor está se aproximando dos R$ 90,00. Segundo alguns depoimentos, há dois meses, era possível comprar por menos de R$80,00. Na atual crise de emprego e renda, como suportar um aumento desse patamar?

O que é mais cruel nessa questão é que as famílias mais humildes são justamente as que pagam mais caro. Isso porque nem sempre estas pessoas têm um veículo que possam utilizar na busca do gás e eliminar a taxa de entrega. E, na tele-entrega, são estas famílias que vivem em áreas periféricas, mais distantes do Centro, que precisam pagar as taxas mais salgadas para ter o botijão levado na residência. Na outra ponta, temos revendas fazendo toda a negociação possível para não perder venda, mas precisando ter algum lucro para se manter.

Não há como essa conta fechar e os governos, sobretudo o Federal, terá de fazer algo para reduzir o preço ao consumidor. Estamos falando aqui de famílias que, muitas vezes, dependem da coleta de material reciclável durante o dia todo para comprar um pacote de massa e servir na janta. Como esperar que tenham quase R$ 100,00 para comprar um botijão de gás? E isso, como bem lembra o especialista ouvido na reportagem, não considera todos os outros aumentos com aos quais as famílias tiveram de lidar recentemente. O óleo, a carne, o arroz – apenas para citar três – alcançaram valores que beiram o impraticável para a renda da população. Não suportamos mais aumentos.

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