Carência alimentar

De tempos em tempos, vemos aumentar a injustiça social no nosso país. O que acontece aqui, como em vários países, é um sistema político/econômico que favorece apenas uma porcentagem pequena da população, enquanto outra parte não tem acesso aos meios que garantem uma sobrevivência justa e igualitária.

Entre tantos problemas do Brasil, destaca-se a carência alimentar, cujo crescimento nos últimos anos tem afetado milhões de pessoas. Em uma sociedade civilizada, na qual alguém não consegue suprir a necessidade básica de alimentação, o respeito à vida e à dignidade humana desapareceram por completo. Embora a fome tenha sido uma cruel realidade na cultura dos povos, desde o antigo Egito, na Idade Média e durante as guerras, é inadmissível que, em pleno século 21, ainda sejamos rondados pelo fantasma da fome.

Nas últimas décadas foram lançados inúmeros programas para reduzir esta injustiça. Não houve, entretanto, grandes progressos no sentido de realmente erradicar a fome. Num país de extensões continentais, onde há muito espaço para o plantio, é preocupante a inoperância, para não dizer desinteresse, dos governos para resolver a situação. Algumas providências são úteis, sem dúvida, mas tem um caráter mais eleitoreiro do que de socorro às pessoas de baixa ou nenhuma renda.

Uma sociedade justa é aquela que vela pelo povo mais necessitado, contribuindo com os recursos para elevar os seus cidadãos, oferecendo-lhes as condições a que fazem jus. Em uma sociedade livre e competitiva, como o Brasil, deveríamos criar condições para que o alimento seja conquistado dignamente, ao invés de oferecido como esmolas ou ações caridosas. E a maioria dos programas acaba se transformando em bandeira política.

Começa em poucos dias a campanha eleitoral. Certamente ouviremos promessas de um país ideal, onde haverá chances para todos, educação, saúde, etc. E, por incrível que pareça, a maioria bota fé no “salvador da pátria”, que vai transformar o país. Até agora, infelizmente, não conseguimos realizar o sonho de um Brasil justo e igualitário. Mas a esperança é a última que morre.

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