Cadê o carteiro?

Em uma época em que a comunicação pode ser instantânea com qualquer parte do mundo, um serviço antigo apresenta problemas e até lidera as queixas no portal Reclame Aqui. Essa situação demonstra que os moradores do bairro Estação, ouvidos em reportagem publicada hoje, estão longe de serem os únicos descontentes com o serviço dos Correios. A falta do serviço certamente atinge outras áreas também, situação que ocasiona vários transtornos.
No processo de popularização do telefone e da internet, não raro se ouvia falar sobre o reflexo na demanda pelo serviço dos carteiros, uma vez que é cada vez mais raro alguém escrever uma carta para se comunicar. A reflexão sobre o assunto, no entanto, sempre levava para a mudança do serviço: os carteiros teriam menos cartas para entregar, mas seriam necessários no comércio online, assimo como para entrega de faturas e outros documentos, por exemplo.
O trabalho dos Correios, portanto, continua sendo necessário. E as queixas dos moradores do bairro Estação e de muitos outros brasileiros reforçam essa necessidade. Ao mesmo tempo, os argumentos da empresa, como a existência de cachorros soltos nas ruas, não convencem. Claro que é preciso garantir condições para os carteiros trabalharem com segurança, mas suspender o serviço não resolve o problema.
É preciso maior aproximação entre os Correios e a população para juntos encontrarem alternativas. E o ideal é que essa relação não seja restrita a canais de atendimento ao cliente via internet. Talvez uma reunião com a comunidade seja a forma mais eficaz de apurar o motivo das falhas e o que pode ser feito.
Se os cães atrapalham, seus tutores devem ser responsabilizados. E, nesse aspecto, vale lembrar a falta de ação efetiva do poder público municipal no combate ao abandono de animais, problema que ocasiona vários outros, com impacto, inclusive, no trabalho dos carteiros.

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