Que privilégio os montenegrinos têm por terem à disposição uma Feira do Livro. Ela está na praça, espaço de forte raiz na democracia, sendo palco aos debates pertinentes. Também as obras literárias instigam o pensamento crítico e livre, provocando inquietude a respeito daquele cotidiano que é aceito em um demérito oriundo da ignorância. O Vale do Caí deve usufruir desta riqueza, reconhecendo o benefício social que ela representa.
De fato, realizar uma feira de livros, de arte e conhecimento, é um motivo de orgulho, ao colocar Montenegro em um seleto grupo de cidades do Brasil. Este é um evento diferenciado, a partir do momento que propõe tirar a ciência e a fantasia de dentro de quatro paredes, fazendo transbordar pelas ruas e calçadas. O trabalho de escritores estará ao alcance das mãos para ser folhado, visualizado e, por que não, ser degustado no intuito de saciar nossa fome de saber.
Este é outro fator que caracteriza a cidade, capaz de lançar e divulgar o trabalho de seus filhos, nascidos e adotados nesta comunidade do Vale do Caí. São dezenas de autores criativos e com vasto conhecimento, capazes de falar de todos os assuntos imagináveis. Pratas da casa que elevam seu nome, enquanto revelam uma pujança intelectual.
Pois são estes importantíssimos “temperos” na receita de sucesso da comunidade. Não apenas de cifras e de edifícios se constitui a grandeza, mas também de pessoas e de suas capacidades individuais e da contribuição que consegue dar ao coletivo. Estamos falando de alicerçar uma base reforçada pela única riqueza da qual nenhum déspota é capaz de apoderar.
Um livro não é consumido, mas sim absorvido. O leitor não usa, mas desfruta das histórias e informações. Em torno da importância de uma publicação, assim como de uma feira literária, orbita todos os elementos do tecido social, que formam uma unidade sobre a qual está apoiada a vida.
Nas páginas, mulheres e homens especialmente pensantes depositam valores que serão captados por quem lê, servindo de norteador em decisões e posturas. Ler faz tão bem que deveria ser recomendação médica prescrita contra fadiga, depressão, cólera, medo e indecisão. Pois, por nossa própria conta, cada um já se automedicou contra a solidão com aplicação de boas doses de histórias.